O teor de matéria orgânica do solo constitui um dos factores mais importantes para atender à classificação da fertilidade do solo em relação à capacidade de nutrir e proteger as culturas agrícolas que nele se desenvolvem.
Vamos referir a sua importância e passos importantes para a sua manutenção e o seu aumento.
A necessidade desta informação prende-se com o facto de em Portugal poucos projectos conseguirem dominar este factor tão importante.
O fundador da Agrodrone teve a sorte de trabalhar horticultura em cultura protegida em solos ricos em matéria orgânica.
A sensação é como pisar algo semelhante a fina esponja e a qualidade e quantidade da produção obtida fez questionar a agronomia convencional aprendida nos nossos institutos de formação agronómica.
A incidência de pragas e doenças era facilmente controlada devido à capacidade de resistência das culturas produzidas.
Essa é uma das grandes virtudes de um solo rico em matéria orgânica: a possibilidade de a microbiologia conseguir produzir compostos que ajudam ao reforço do sistema imunitário das plantas.
As novas moléculas presentes nos pesticidas e herbicidas de síntese servem para atacar o desenvolvimento de pragas e doenças, ou impedir o crescimento de infestantes.
Essa acção serve para impedir o agravamento dos problemas mas comprometem a qualidade das produções.
A razão prende-se por não haver qualidade na nutrição das culturas. A Agronomia “científica” tal como a medicina humana e animal focam-se em perceber e controlar a doença mas não percebem como actuar na saúde.
A saúde depende da inter-relação de milhares de compostos em constante transformação.
Já a doença pode ser bloqueada por determinado composto que impede a via de cadeia bioquímica responsável pela progressão do desenvolvimento de uma população infecciosa.
A complexidade da matéria orgânica do solo é a base de recursos que a vida tem à disposição para fabricar os compostos que o seu sistema imunitário necessita.
É impossível, com número limitado de compostos num qualquer fertilizante ou pesticida, atender a esse objectivo.
O estado natural das culturas agrícolas em sistemas de produção convencional intensivo é o estado de stress!
O facto de não haver equilíbrio nutricional adequado ao desenvolvimento numa situação saudável atrasa o desenvolvimento das culturas e o avanço do crescimento das infestantes é sinal disso mesmo.
Pela experiência da AGRODRONE, uma cultura instalada num solo bem corrigido e fertilizado, com bom nível de matéria orgânica, o arranque isolado da cultura não é ameaçado pelo desenvolvimento das ervas infestantes.
Claro que se o empresário agrícola tiver preocupações estéticas e desejar tudo limpo como se o seu campo de cultivo fosse um jardim, então o uso do herbicida ou a constante mobilização do solo serão necessárias…mas profundamente erradas!!!
A matéria orgânica do solo além de substâncias orgânicas ligadas à parte mineral, engloba também a vida que nela se desenvolve, microbiologia, pequenos artrópodes, vermes, etc…todo um ecossistema que se deseja em equilíbrio.
Um bom teor de matéria orgânica do solo confere-lhe uma maior resistência à alteração das suas qualidades: a compactação originada pela lavoura é um dos mais evidentes atributos;
Grandes explorações, despendem grande parte dos recursos anuais em adições de matéria orgânica na forma de estrume de pecuárias mas poucos meses depois o teor de matéria orgânica continua nuns míseros 0,02%!!!
A urgência de novas metodologias para o processamento da matéria orgânica do solo das explorações de produção intensiva é a razão da divulgação desta informação.
Um dos maiores atributos da matéria orgânica do solo é a sua enorme capacidade de reter nutrientes minerais. Isto possui vital importância para a eficiência do uso dos fertilizantes.
Quer isto dizer que um solo pobre em matéria orgânica e de pouca argila, dificilmente consegue reter os fertilizantes aplicados e a maior parte do investimento anual na fertilização das culturas é perdido para fora do alcance da cultura…e das infestantes!
Outro atributo crítico para a eficiência da utilização dos fertilizantes pelas culturas é a capacidade da matéria orgânica do solo em reter nutrientes minerais na forma de aniões, que a fracção mineral de carga negativa não possui.
A capacidade de retenção da água aumenta com o teor de matéria orgânica. Como referência indica-se um aumento de 4% na capacidade de retenção de água no solo por cada 1% no aumento do teor de matéria orgânica.
A Matéria orgânica do solo ajuda ao movimento da água através dele por promover algumas das propriedades, como a porosidade do solo, mas também por promover as populações microbianas benéficas para as culturas agrícolas.
Os níveis desejados de matéria orgânica situam-se nos 4-7%. Em excesso pode provocar efeitos negativos no arejamento do solo e bloqueios nutricionais derivados dessa dificuldade em arejar o solo abaixo da superfície.
Nesses patamares a mineralização da matéria orgânica constitui um considerável fornecimento de nutrientes às culturas agrícolas.
Por exemplo, para o Azoto, por cada aumento de 1% no teor de matéria orgânica do solo, o Azoto disponível para as culturas pode variar entre 15 e 40 kg por Hectare.
Todos os nutrientes minerais retidos na matéria orgânica do solo possuem uma dinâmica de mineralização e capacidade de serem fornecidos às plantas como se se tratasse de um verdadeiro armazém de fertilizante gratuito.